BARILOCHE - Rio Negro - Lagos e natureza exuberante
Argentina
Lago Moreno
Lago Nahuel Huapi
Hotel Llao Llao
Centro Cívico
As informações e recomendações inseridas neste texto, objetiva facilitar seu programa de viagem para visitar esta cidade. Escolha o que pretende conhecer e monte seu roteiro para melhor aproveitar sua passagem por aqui...
San Carlos de Bariloche tinha pouco mais de 130 mil habitantes e estava situada às margens do Lago Nahuel Huapi, ao Norte da Patagônia Argentina, na Província de Río Negro. Colonizada por alemães e austríacos, o lugar tinha um relevo acidentado, vários pequenos e médios lagos e uma temperaturas amenas ao longo do ano. Nos três meses mais fortes do inverno, a temperatura ficava em torno de – 6/10 graus e a neve fazia parte do maravilhoso cenário.
Era um destino que há anos permeava o imaginário dos brasileiros, que pensavam apenas em neve quando imaginavam o sonhado lugar, mas na prática oferecia muito mais, sendo um destino excelente para visitar também na primavera e verão. Considero a região uma das mais bonitas que conheci em minhas andanças de turismo pelo mundo à fora. Nem a decantada Suíça superava as belezas da região patagônica, principalmente o percurso de Bariloche a Puerto Varas, no Chile, cruzando pelos lagos andinos.
As atividades disponíveis na cidade e o cenário natural, mudavam dependendo da estação em que a viagem era realizada, mas independentemente da época em que viajar, encontraria paisagens encantadoras, com direito a montanhas arborizadas, lagos cristalinos e de cores lindas, atividades para curtir a natureza e uma excelente oferta de hospedagem e gastronomia. Conhecemos San Carlos de Bariloche nos anos 60/70, quando ainda era praticamente uma Vila e atraia os brasileiros pelo charme das construções, hotéis, pousadas, restaurantes e pelo chocolate artesanal, que começava a despertar o interesse do visitante.
Decorridos mais de 50 anos, desde nossa primeira viagem a esta região, em dezembro de 2018 retornamos via Puerto Montt, e fizemos o trajeto de ônibus, com duração de 6 horas. O outro trajeto, pelos lagos, sai de Puerto Varas ( Chile ) até Puerto Pañuelo ( Argentina ) e durava 12 horas, navegando por 3 lindos lagos conectados por 4 trajetos terrestres. Era uma viagem imperdível, pela região mais colorida da Patagônia. O passeio era feito todos os dias do ano, e revelava paisagens de impressionante beleza. O trajeto podia ser feito no mesmo dia, ou acrescido de pernoite no hotel em Peulla, mais ou menos a metade do caminho. A tarifa mais em conta para o tramo de um dia custava 240 dólares, em 2020.
Bariloche estava descaracterizada, em relação aquela que era formada, em sua maioria, por construções erigidas com a madeira da região. A Calle Bartolomé Mittre mudou muito, o comércio era grande e bastante diversificado, a hotelaria também avançou com o surgimento de prédios de vários andares e alguns já sob administração das tradicionais bandeiras internacionais. Independente desse crescimento significativo, a cidade estava preocupada com o surgimento de centenas de migrantes em busca de trabalho. A única fonte de renda para a população eram os negócios em torno do turismo. Não era permitida a instalação de indústrias ou qualquer outra atividade que possa prejudicar o meio ambiente. Em meio a tudo isso, surgiu um alerta vermelho: a falta de neve, que nos últimos cinco anos vinha diminuindo consideravelmente. Nos anos 60/70 nevava forte no período de junho a agosto, e as vezes até meados de setembro. No Cerro Catedral, o alerta já chegava e os empresários já estavam se movimentando para buscar novas alternativas que possam manter um fluxo razoável de turistas ao longo do ano.
Os principais passeios
Circuito Chico – Esse era o nome do passeio mais conhecido, que podia ser feito por conta própria ou com Agencia de Turismo, percorrendo cerca de 60 km entre o centro da cidade e o famoso Hotel Llao Llao, construído nos anos 40. Ao longo do caminho se passava por bosques, pousadas e lagos. O Hotel que durante o regime militar estivera fechado, por um período de 15 anos, voltara a operar e fora totalmente recuperado e estava funcionando como nos áureos tempo, em que começara suas atividades. Ainda era propriedade do Governo, mas era administrada por empresa argentina do ramo hoteleiro.
Cerro Catedral –
Principal área para esqui em Bariloche, o Catedral era uma atração imperdível no inverno! A estação de esqui tinha várias pistas para todos os níveis de praticantes de esportes da neve e era diversão garantida para quem estava começando no esqui ou para os mais experientes.
Mesmo para quem não pretendesse esquiar, valeria o passeio, pois próximo da Estação de Esquí, estavam lojinhas, restaurantes e através dos meios de elevação, também se podia subir a montanha e aproveitar para curtir a paisagem. Fora da temporada funcionava somente um dos teleféricos e um restaurante. A neve, o grande personagem desta região, não tinha comparecido como no passado recente. Isto vinha preocupado muito os profissionais que atuavam nas áreas de montanhas, assessorando todas as práticas de esportes, bem como os comerciantes em geral. San Carlos de Bariloche sem neve não atraia os turistas!
Cerro Otto –
Assim como os morros vizinhos, oferecia uma paisagem incrível de Bariloche e da natureza da região. O diferencial do local era que em seu topo estava a Confeitaria Giratória, que ficava girando enquanto se tomava uma bebida caliente aproveitando para curtir a paisagem.
Cerro Campanário –
Ficava às margens do lago Nahuel Huapi, com altura de 1.049 metros. O acesso até o alto do Cerro era feito através de um pequeno trajeto de teleférico e a vista era muito linda. Aqui se conseguia algumas das melhores fotos da região. Suba bem agasalhado, porque no inverno o frio lá em cima era cortante! Ficava no caminho para o Puerto Pañuelo e Llao Llao, onde estava o belíssimo hotel que leva o mesmo nome.
lago Nahuel Huapi –
Era um programa simples, mas tinha seu valor pelo encantamento que esse lago de águas azuis cristalinas, aos pés da Cordilheira e seu entorno proporcionava. Um programa interessante para conhecê-lo melhor era visitar o Bosque dos Arrayanes.
Villa La Angostura –
Estava situada a 80 km de Bariloche e oferecia um turismo mais original. Como o nome já dizia, era uma Villa, charmosa, e ainda com forte presença alemã e austríaca. Aqui ficava o Cerro Bayo, uma Estação de Esqui bem estruturada e que também não deixava a desejar, quando a vontade era apreciar paisagens bonitas. Era possível conhecer Vila La Angostura de ônibus ou de carro e fazer apenas um bate-volta ou ficar mais tempo, porque dispunha de ótimas hospedarias e restaurantes, que se destacavam pelos pratos com trutas ou carnes de Cervos. Quem vinha de carro ou de ônibus desde o lado chileno, passava obrigatoriamente por Vila Angostura. Para quem quizesse tem uma idéia de como era Bariloche no passado, nos anos 50/60, recomendamos um passeio de dia inteiro a esta agradável Villa.
Puerto Blest –
Esse era um dos passeios lacustres de Bariloche, que levava a Puerto Blest, navegando pelo lago Nahuel Huapi. No percurso fazia uma parada para caminhada e para admirar a Cascata Los Cántaros, que estava cercada por uma vegetação exuberante. Após a parada, seguia até Puerto Blest, onde havia um mirante para a Baía do Lago Frías. Aqui começava o Circuito dos Lagos Andino, em direção a Puerto Varas e Puerto Montt, no Chile.
Museu do Chocolate –
Pertence à fábrica Havanna, e ao visitante explicam sobre o processo de fabricação de seus produtos e sobre a história do chocolate. A marca, que já é conhecida no Brasil, é de origem argentina e através da visita guiada, possibilita entender como o chocolate se tornou um dos alimentos mais consumidos no mundo.
Onde comer
El Boliche de Alberto –
Era famoso na cidade, tinha quatro restaurantes voltados para carnes e um especializado em pastas, em localizações distintas. Oferecia várias opções no cardápio com comidas saborosas e fartas. As carnes eram o carro chef e os vinhos, os melhores que o país produzia. Altamente recomendados!
Pariila - Calle Vilegas, 347
Parrila - Calle Elflein 158
Parrila - Bustillo - Km 8.800 ( no caminho para Puerto Pañuelo/Llao Llao )
Pastas - Calles Villegass esquina Elflein
El Patacón – Av. Exequiel Bustillo KM 7 -
Conhecido por servir comida típica Argentina, tinha pratos como truta, salmão e cortes de carnes de gado criado na região. O ambiente era rústico e todo construído em madeira.
Familia Weiss – Vice Almirante O'Connor, 401 -
A especialidade era a cozinha patagônica, servindo diversas carnes típicas da região, de animais de criação e selvagens. O ambiente também era rústico e aconchegante, ideal para fazer uma refeição entre amigos. O cardápio tinha diversas opções de pratos e uma boa carta de vinhos.
La Marmite – Calle Mitre -
Tradicional em servir trutas e fondue, era uma boa alternativa para um jantar a dois ou com a família. O fondue de queijo, era uma referência da casa.
Mamuschka - Fica na esquina da Mittre com a Calle Rolando -
Tem a fama de produzir o melhor chocolate artesanal da região. É uma loja pequena e está sempre cheia de turistas.
Rapa Nui - Calle Mitre, 202 -
Era quase um shopping de gastronomia, localizado numa das esquinas da Calle Mittre. Produzia um dos melhores chocolates, sorvetes, lanches variados, pizzas e cafés. Era muito movimentado, o que tgambém garantia a qualidade de seus produtos. Não era um lugar barato.
Onde dormir
Hospedagens sugeridas
Hotel Carlos V Patagônia – $$$ - Calle Morales, 420 -
Esta localizado no centro de Bariloche, a 400 m do Lago Nahuel Huapi e a 19 km da Estação de Esqui de Cerro Catedral. Seus interiores eram modernos, com Wi-Fi gratuito. Ao chegar, o hóspede era convidado para um drink no bar ou relaxar no elegante saguão, que possuia uma TV de tela plana e computadores com acesso à internet. Havia também uma lanchonete, que oferecia refrigerantes, sanduíches, bebidas alcoólicas, café e sucos e também uma farmácia, funcionando 24 horas. Um buffet completo de café da manhã era servido diariamente, das 7.30 as 10.00h. Tinha quartos para famílias e para não fumantes e estacionamento gratuito.
Hotel Internacional - $$- Bartolomé Mittre, 171 -
A entrada era por uma Galeria. Os quartos são bons, o banho também e o café da manhã era razoável. O que motiva sua forte ocupação é a localização e os preços das diárias. Serviço de Recepção burocrático!, prá não dizer burro!
Hotel Tirol – $$$ - Calle Libertad, 175 -
Com vistas maravilhosas do lago Nahuel Huapi e da Cordilheira dos Andes ao redor, o hotel oferecia um ambiente típico alemão, com móveis rústicos. Dispunha de quartos aconchegantes, decorados em estilo casa de campo, com móveis de madeira e belos tecidos floridos. O acesso ao Wi-Fi era cortesia.
Hotel Tres Reyes - $$$ - Avenida 12 de Octubre, 135 -
Era um dos hotéis antigos de Bariloche, todo reformado e dotado de bons quartos, alguns com vista direta para o Lago Nahuel Huapi e outros para os jardins. Incluiam calefação e ar condicionado, TV de LCD, Wi Fi cortesia, cofre no quarto e um bom café da manhã. Dispunha de quartos para famílias, e para não fumantes, bar e mesa de bilhar à disposição dos hóspedes.
NH Bariloche Edelweiss – $$$ - Calle San Martin, 202 –
Era um ótimo hotel, quartos modernos e amplos, cama grande e confortável, aquecimento central. Tinha uma piscina coberta com vista para o Lago, um excelente café da manhã e acesso a Globo Internacional. Na Recepção tinha uma salinha com uma Agencia de Viagens, que se encarregava de organizar os passeios. Uma recomendação: procure não ficar nos quartos de frente para a Avenida San Martin, por conta do barulho à noite.
Premier Hotel – $$$ - Calle Rolando, 263 -
A localização era muito boa, a 50 m. da Calle Mittre. Tinha quatro tipos de quartos, todos dotados dos requisitos básicos para uma boa hospedagem. Oferecia acesso Wi Fi grátis e estacionamento localizado a 2 quadras do hotel. Tinha café da manhã incluído na diária.
Guia de Bariloche
Foi criado recentemente um Guia Oficial de Bariloche que pode ser baixado para Smartphones. Acesse o app através do site www.guiadebariloche.com.ar