Cidade do México - DF - parte 1/3
A paixão por sua terra e a história dos mexicanos estavam estampadas em cada muro, ruínas e rostos da Cidade do México. Difícil era ficar impassível às grandiosas Pirâmides de Teotihuacán, ao sítio arqueológico da antiga Tenochtitlán e às belas construções coloniais erguidas após a conquista dos espanhóis. Sem falar na grandiosa produção artística, com nomes como Frida Kahlo e Diego Rivera; na rica gastronomia, que aliava tão bem os pratos típicos locais aos sabores mais contemporâneos; e nas tradições mexicanas, que se mostravam apaixonantes desde as torcidas enlouquecidas nas lutas livres até os animados mariachis, nos barcos pelos canais de Xochimilco.
Com status de uma das maiores metrópoles do mundo, a Cidade do México atraia pela diversidade do turismo, que agradava tanto a quem buscava roteiros históricos quanto os que preferissem destinos ligados à arte, entretenimento e gastronomia. Prepare-se para montar um bom roteiro, consultar muitas vezes o mapa, e experimentar vários meios de transporte. A cidade era um tanto caótica, mas isso a tornava ainda mais interessante para quem gostasse de viver intensamente os destinos de uma viagem. Conhecida entre os residentes apenas como DF (Distrito Federal), a história da Cidade do México datava do século XIV, quando na região existia Tenochtitlán, antiga capital do Império Azteca.
Após a invasão dos conquistadores espanhóis, no século XVI, o povo Azteca foi quase totalmente dizimado e a cidade só voltou a ser independente, no século XIX, já sob o nome de Cidade do México. Hoje, com mais de 10 milhões de habitantes, o que se via era um grande mix de culturas e histórias, muitas delas ainda misteriosas, como as das Pirâmides de Teotihuacán. A capital mexicana tinha atrações bem definidas e organizar suas visitas não seria difícil. Difícil mesmo seria o trânsito, certamente grande problema enfrentado pelos que decidem explorar a cidade. Era hora de se juntar a aplicativos de locomoção, como Google Maps e Foursquare, e montar o seu mapa de passeios. O importante era saber onde estava cada museu, restaurante, shopping ou qualquer outro local que gostaria de visitar.
Altitude
A Cidade do México ficava a 2.250 metros acima do nível do mar. Para quem vivia em Brasília (a 1.172 metros), por exemplo, a subida era até suave.
Segurança
As áreas por onde os turistas circulavam, costumavam ter policiamento e relativa segurança. Numa metrópole latino-americana dessa dimensão, violência não era mito, mas ela costumava se concentrar nas áreas das periferias. Andando pelo Centro Histórico, se quiser saber se estava em uma área segura, olhe para cima: se não houver fios nos postes, estaria dentro do polígono turístico, onde a fiação era subterrânea. Nessa região, havia muito mais policiamento e o único risco eram os batedores de carteiras que se aproveitavam dos aglomerados humanos. Quando os fios começarem a aparecer, saberá que está chegando a uma área mais tensa da cidade.
As tradições mexicanas
O México era um país que vivia intensamente, e com muita paixão, suas tradições. Experimente algumas das mais típicas tradições enquanto estiver na cidade. Nada mais mexicano do que um bom e animado Mariachi. Visitando a Praça Garibaldi encontrará dezenas deles, onde poderá ouvi-los e até dar uns passos de dança. Aproveite para conhecer a surpreendente Praça de Comidas de São Camilito, que ficava ao lado. Para um pouco da dança e música típica mexicana, outro excelente passeio era ir à apresentação do Balé Folclórico do México, especialmente quando a apresentação acontecia no Palácio de Belas Artes. Para ter uma idéia de quanto o povo mexicano curtia suas referências religiosas, visite a grande Basílica de Santa Maria de Guadalupe, ao norte da cidade. O local era um dos maiores pontos de peregrinação das Américas e era ambiente onde a fé do povo mexicano se traduzia em crença e cores. Em bairros como Polanco, Centro Histórico e San Angel ofereciam fartas opções de bons restaurantes; Zona Rosa, Condesa e Roma tinha preços populares aliados a ambientes descolados; enquanto os mercados e feiras eram o local certo para investir em experiências exóticas.
Alameda Central - Av. Juárez - Cuauhtemoc -
Um dos mais antigos parques da América Latina, inaugurado em 1592, foi recentemente reformulado e hoje é um agradável passeio. O parque está situado ao lado do Centro Histórico, era cercado por belos museus e atrações turísticas, como o Palácio de Belas Artes, o Museu Memória e Tolerância, a Torre Latino-americana, a Casa de Azulejos, o Palácio Postal e o Museu Franz Mayer. O parque era repleto de esculturas, fontes e belos jardins. Destaque para o monumento de nome Hemiciclo, a Benito Juarez. Construído todo em mármore, a obra que homenageava o estadista mexicano, foi inaugurada em comemoração ao Centenário de Independência do México. Era uma região para ser explorada em vários dias diferentes, sempre com a bela paisagem da Alameda Central.
Altar da Pátria -
Também conhecido como Monumento aos Niños Heróes, foi feito em memória dos combatentes que perderam suas vidas durante a invasão americana, em 1847. Embora seu porão não fosse aberto ao público – para evitar que se deteriore – era possível admirá-lo e tirar fotografia com o altar e o castelo ao fundo. A maioria dos cinco milhões de pessoas que visitavam o bosque, passava por este monumento na entrada principal de Chapultepec, que e era um dos cartões postais.
Antara Fashion Hall - Av. Ejército Nacional 843-B.
Um dos mais completos shoppings da cidade, o Antara Fashion Hall estava localizado no bairro de Polanco e agradava pela boa variedade de lojas, fácil acesso e ambiente extremamente agradável. O Shopping, além de espaço para compras, oferecia ampla atividade cultural, com exposições, desfiles de moda e eventos variados, sempre na ótima área ao ar livre localizada no meio dos corredores.
Antigo Colégio de Santo Ildefonso - Justo Sierra 16, Cuauhtemoc -
Fundado em 1583 pelos jesuítas, o então Colégio de San Ildefonso contava com um pequeno prédio, chamado de Colégio Chico e onde hoje funcionava o Museu da Luz. Nas décadas seguintes, especialmente no início do século XVIII, o colégio ganhou novos prédios coloniais, que até hoje resistiam no centro histórico e formavam um dos mais importantes projetos arquitetônicos da cidade. O Antigo Colégio de San Ildefonso mudou diversas vezes de função e, antes de se tornar museu, funcionava por muitas décadas como Escola Nacional Preparatória. Desde 1994, o prédio passou a funcionar como museu e atraia tanto pela rica arquitetura colonial quanto pelos painéis de grandes artistas mexicanos do século XX, especialmente Diego Rivera, Jean Charlot, Fernando Leal, David Alfaro Siqueiros, Ramón Alva, Fermín Revueltas e José Clemente Orozco. Abria a visitas de Terça a domingo, das 10.00 as 18.00h e as Quartas-feiras, de 10.00 as 20.00h (entrada gratuita).
Valor dos ingressos
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Acervo permanente: MXN 25.
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Exposições temporárias: MXN 45.
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Idosos e menores de 12 anos tinham entrada gratuita todos os dias.
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Estudantes e professores pagavam meio ingresso.
Arena Coliseu e Arena México - República do Perú, 77 - bairro de Cuauhtémoc; e Dr. Lavista 189, Doctores - Cuauhtémoc -
A luta livre mexicana estava entre as maiores paixões dos mexicanos. A torcida vibra intensamente e torcia como se não houvesse amanhã. Todo golpe era comemorado como se fosse final de campeonato mundial. O mais engraçado era pensar que a luta livre mexicana não era real, mas sim uma grande encenação teatral. E isso tornava a experiência ainda mais sensacional! Impossível não se envolver com a torcida e engrossar o coro pelo lutador predileto. Aproveite a oportunidade para se divertir e faça como os mexicanos: grite intensamente! As lutas aconteciam quase todos os dias.
As duas arenas mais populares eram a Arena México e a Arena Coliseu. A Arena México era a maior arena de luta livre e onde acontecem eventos com grandes estrelas do esporte. A Arena Coliseu era mais intimista, com público bem mais reduzido, porém com a grande vantagem de se poder ver a luta bem de perto e por um preço mais em conta. Os ingressos podem ser adquiridos minutos antes da luta, na própria bilheteria das arenas, ou pelo site de compras Ticketmaster. As lutas começavam entre 19.00h e 20.00h e as melhores eram sempre as últimas. A entrada era permitida a crianças a partir de 3 anos de idade. No local, era possível comprar pôsteres, máscaras e roupas dos maiores ídolos da luta livre do México.
As compras -
Repleta de excelentes mercados de artesanatos, a Cidade do México era capaz de agradar a todos os bolsos. Seria difícil resistir a tantas peças coloridas, divertidas e cheias de estampas sensacionais. Aproveite os corredores repletos de barraquinhas e invista algumas horas nos mercados de arte popular. Eles estavam espalhados por toda a cidade, mas alguns atraiam mais turistas pela boa localização. Era o caso do Mercado de Artesanatos de Coyoacán, próximo ao Museu Frida Kahlo, e o Mercado da Cidadela, próximo ao Centro Histórico. Um mercado em especial se destacava pela qualidade das peças, das lojas ao redor e também pela linda vizinhança. O Bazzar Sábado era imperdível! Vale a visita, para comprar ou só para passear e aproveitar os bons restaurantes do bairro.
Se quiser compras mais comuns, como eletrônicos, cosméticos, vestuário e artigos para o lar, havia várias e boas opções a preços similares aos dos Estados Unidos. Três boas opções eram o Antara Fashion Hall, o Centro Santa Fé e o Palácio de Ferro, uma mega loja parecida com um grande shopping. Quem preferisse unir passeios a compras, poderia optar por grandes avenidas a céu aberto. Com lojas mais populares e localizadas no Centro Histórico, o Corredor Peatonal Madero (Av. Francisco I. Madero) e arredores ofereciam bons preços. Já os que buscavam compras de luxo encontrariam como melhor aliada a Avenida Presidente Masaryk, no elegante bairro de Polanco, onde lojas de alto luxo tomavam conta das calçadas.
Avenida Paseo da Reforma -
Um grande anjo dourado marcava o centro da elegante Avenida, que com 12 km de extensão, ligava o Centro Histórico ao elegante bairro de Polanco. O local era repleto de bares, restaurantes, lojas e bons hotéis. Excelente ponto para se hospedar, especialmente entre a Torre Mayor e a Alameda Central. Uma das atrações da avenida era o monumento Angél de la Independência, uma torre, com 46 m de altura e um imponente anjo dourado na ponta, foi construída como parte das comemorações ao Centenário da Independência do México. Era aberto à visitação pública, mas tinha horários imprevisíveis de funcionamento e o melhor era contar com a sorte. Se estiver aberto, não deixe de subir ao topo do monumento, bem aos pés do anjo, de onde se tinha uma bonita vista para toda a Avenida. Ao sair do monumento, não deixe de visitar a Zona Rosa, uma das regiões mais interessantes da cidade.
Avenida Presidente Masaryk -
Comparada à 5ª Avenida de Nova York, estava localizada no elegante bairro de Polanco, ficava entre as prediletas para compras de alto padrão. A estrutura larga, repleta de árvores e flores, era um convite a um passeio a pé. A grande avenida era marcada pelas grifes internacionais. Além das grandes marcas, havia ainda lojas que apresentavam peças assinadas por designers locais que também atraiam os olhares de compradores. A avenida era destaque não só por lojas, mas também por bons restaurantes.
A vida noturna da cidade -
A chegada da noite mostrava que a Cidade do México não párava jamais. Os shows, espetáculos de teatro, restaurantes, bares, mezcalerias, casas noturnas e até alguns passeios inusitados, preenchiam a vida noturna da cidade. Se sobrar energia depois do dia de passeio, aproveite para conhecer outras facetas do DF. Alguns bairros atraiam mais por oferecerem maior oferta de atividades noturnas. O bairro de Condessa fazia a linha boêmia, com ruas repletas de bares descolados e animados. A animação se estendia também por Roma Norte, região vizinha e cheia de bons cafés e pequenos restaurantes. Já a Zona Rosa, à beira da Avenida Passeio da Reforma, tinha ruas muito agitadas, bares e oferecia diversão até a madrugada. A região já foi conhecida como reduto do público gay e seus assemelhados. Com restaurantes e um público refinado, Polanco era o lugar certo para conhecer a high society mexicana.. E não podemos esquecer o Centro Histórico, onde belos bares e restaurantes atraiam pelos incríveis prédios históricos e a maravilhosa vista para o Zócalo, e sem falar na Praça Garibaldi, com seus bares típicos e tradicionais, regados a muita música de seus mariachis.
Azul Histórico - Calle Isabel la Católica, 30 - Centro Histórico -
As charmosas luzes penduradas nas árvores em meio ao prédio colonial do século XVII, conhecido como Palácio de los Condes de Miravalle, davam o tom elegante do restaurante Azul Histórico. Em meio ao complexo chamado de Downtown, o restaurante reunia num ambiente espetacular, bom atendimento, cardápio variado e excelentes preços. Era, sem dúvida, uma ótima relação custo/benefício para quem procurasse um jantar romântico e especial. O cardápio apresentava deliciosas combinações, sempre com preço justo e acessível. Um excelente jantar custaria menos de USD 50. Funcionava de Segunda a sábado, das 9.00 as 12.00h e de 13.00 as 23.30h. Aos Domingos, de 9.00 as 12.00 e das 13.00 as 18.00h.
Basílica de Santa Maria de Guadalupe - Plaza de las Américas, 1 - Gustavo A. Madero -
Considerado um dos maiores santuários católicos do mundo, recebia mais de 20 milhões de visitantes todos os anos. Localizado 9km ao norte do Zócalo, o Santuário era formado por várias igrejas, capelas e jardins, sendo principais as duas basílicas, uma do século XVI e outra inaugurada em 1974. A antiga foi substituída ao descobrirem que o piso estava afundando. Hoje ela passava por processo constante de restauração e as atividades principais se realizavam na nova basílica, com projeto do arquiteto mexicano Pedro Ramírez Vázquez. O passeio pelo Santuário de Guadalupe podia levar algumas horas. Eram muitas os prédios a serem visitados:
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Batistério
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Capela de Bendiciones
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Capela de Juramentos
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Capela del Cerrito
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Capela de San José (interior da Basílica)
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Capela do Santísimo (interior da Basílica)
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Capela do Pocito
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Carrillón (Campanário e relógio da Basílica)
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Cripta Guadalupana (interior da Basílica)
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Museu da Basílica de Guadalupe
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Paróquia de Índios
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Paróquia de Santa María de Guadalupe "Capuchinas"
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Santuário de San Juan Diego
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Templo Expiatorio a Cristo Rey (Antiga Basílica).
O passeio começava no nível da rua e passava por jardins e esculturas até o topo do Monte Tepeyak, onde estava a Capela do Cerrito. O local oferecia uma vista maravilhosa para todo o Santuário. Dentro da área do Santuário havia banheiros e lanchonete. Nos arredores, havia restaurantes e um mercado de artesanatos que vendia peças com motivos religiosos, especialmente com a imagem da Virgem de Guadalupe. Como chegar à Basílica: A Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe era parte constante dos passeios que levam às Pirâmides de Teotihuacán, mas podia ser tranquilamente visitada por conta própria. A estação de Metrô mais próxima era a La Villa - Basílica, Linha 6 vermelha. A partir dela seria necessário caminhar apenas cinco minutos até a entrada do Santuário. Abria a visitas de Segunda a Domingo das 6.00 as 21.00h.
Bazaar Sábado - Plaza San Jacinto, 11 - Alvaro Obregon -
O tradicional bairro de San Angel era reduto de algumas das mais belas residências da cidade. Onde antes havia grandes fazendas, hoje predominavam riquíssimas mansões. Em meio a um cenário deslumbrante com casarios coloniais, era possível visitar um dos mais belos mercados da cidade: El Bazaar Sábado, que aliava os tradicionais artesanatos mexicanos a peças de design com releituras modernas. Funcionava em um casarão colonial do século XVIII. O dia de sábado era o mais animado no bairro, quando várias barracas eram montadas em cada espaço das ruas e praças ao redor do Bazaar Sábado. Pintores expunham suas obras em meio a vendedores de artigos típicos e muita comida regional. Era lugar para passar um dia inteiro passeando. Aproveite os bons restaurantes da região e prepare-se para encher algumas sacolas. Aos sábados, havia também apresentações de música e danças típicas.
Bosque de Chapultepec
Considerado uma das maiores áreas verdes urbanas do mundo ( eram 686 hectares ), o Bosque reservava aos visitantes atrações capazes de ocupar alguns dias da viagem. O passeio começava pelos maravilhosos jardins que compunham o parque, que podiam ser vistos não só de baixo, mas também do alto do Castillo Chapultepec. A construção, que datava do final do século XVIII, era casa de campo do então Rei da Nova Espanha. A visita valia pela paisagem e pelo ótimo acervo do Museu Nacional de História. O Bosque Chapultepec oferece também o Museu de Arte Moderna, o Museu Tamayo, o pequeno Museu do Caracol, o Museu de História Natural e o imperdível Museu Nacional de Antropologia, maior estrela da capital mexicana.
Além dos museus, poderá visitar o Jardim Botânico e ver dezenas de monumentos, esculturas e fontes ao longo dos percursos pelo parque. Vale uma visita especial aos lagos Menor e Mayor, que compunham a área recreativa do Bosque. A melhor entrada para chegar às atrações principais, estavam localizadas na Primeira Sessão (o parque era dividido em três), era a da Av. Paseo de la Reforma s/n. - Miguel Hidalgo - Horário: Abria diariamente das 8.00 as 18.00h.
Café de Tacuba - Calle Tacuba, 28 - Cuauhtemoc -
Era lugar para experimentar a tradição mais pura do México. Com mais de 100 anos de existência, o restaurante se mantinha entre os preferidos dos moradores e turistas, para experimentar a típica comida mexicana, regada a muito sabor e um pouquinho de pimenta. Entre os pratos mais pedidos da casa estavam os tacos especiales tacuba, chiles rellenos de queso, manitas de cerdo en fiambre, chuleta de cerdo e Lengua de res a la vinagreta ou viscaína. O menu variava entre os pratos popularmente conhecidos pelos brasileiros, como tacos de pollo con guacamole, até outros indecifráveis, como pambacitos. Os preços agradavam, especialmente se levarmos em consideração o ambiente sensacional do Café de Tacuba. Destaque para o almoço que era maravilhoso, mas o que mais atraia os visitantes era o caprichado café da manhã. Funcionava todos os dias, de 8.00 as 23.30h.
Cárcamo de Dolores -
Era um dos mais belos recantos de Chapultepec e também um dos mais complexos. Este trabalho hidráulico possibilitou a existência do sistema Lerma-Cutzamala, que alimentava a água em grande parte da cidade e atingia precisamente o bosque. Aqui se poderia admirar a mística Fonte Tlaloc e o mural Água: a origem da vida na terra, ambas obras de Diego Rivera. Embora o último tenha sido projetado para ser parcialmente observado debaixo d’água, nos anos noventa o fluxo que atingiu a carcaça teve que ser redirecionado para evitar que a peça se deteriorasse ainda mais. Isso eliminou o som da água no interior da construção, que anos depois foi substituída pela instalação sonora do artista Ariel Guzik. O resultado ainda era impressionante: um trabalho que o absorveria visual e sonoramente com sua beleza.
Casa dos Azulejos – Avenida Madero, 4 – Sanborns -
Uma visita a este restaurante ia muito além da refeição. O popular Sanborns, presente em toda a Cidade do México, ganhava tom refinado e histórico, na filial que funcionava na Casa de los Azulejos. Localizado no Centro Histórico, o prédio era conhecido como Palácio dos Condes de Orizaba — encantava pela fachada revestida em charmosos azulejos talavera, de Puebla, e pelo magnífico interior construído com um misto de arquitetura colonial e barroca, dois clássicos mexicanos. O passeio pelo interior era obrigatório, independente de ser feita ou não uma refeição. Caso desejasse a experiência completa, sente-se no elegante salão de chá ou experimente um pouco da comida mexicana no pátio central do restaurante.
Castelo de Chapultepec - Bosque de Chapultepec Secc - Miguel Hidalgo -
Era um belo palácio onde funcionava o Museu Nacional da História Mexicana, aberto à visitação em Setembro de 1944. O antigo palácio se destacava em uma colina em meio a enorme área verde do bosque Chapultepec. O parque era uma das maiores áreas verdes urbanas da América Latina, repleto de atrações naturais e culturais. Usado por reis e presidentes no passado, hoje preservava a história em seu museu. Além de sua bela arquitetura, havia salas, vitrais, murais e jardins internos e externos que completavam a sua beleza. O castelo foi construído no final do século XVIII, na época do Vice-Reino da Nova Espanha. Era a casa de verão do vice-rei Bernardo de Gálvez y Madrid. Com o passar do tempo foi utilizado para diversos fins, desde armazém de pólvora até Academia Militar, em 1841. Depois foi usado como residência oficial do Presidente, até Fevereiro de 1939. Nesta data o então Presidente Lázaro Cárdenas decretou uma lei estabelecendo o Castelo de Chapultepec como sede do Museu Nacional da História do México.
Centro Histórico e o Zócalo -
A Plaza de La Constitución, como era popularmente chamado o Zócalo, era um dos locais mais importantes da cidade. Além de abrigar o Palácio Nacional, onde estavam maravilhosos painéis de Diego Rivera, e a Catedral Metropolitana da Assunção de Maria, a praça foi construída no local onde era o centro político, cultural e religioso da antiga cidade de Tenochtitlán, a maior da civilização Azteca das Américas. Os arredores da Praça da Constituição reservavam aos visitantes várias outras atrações. Aproveite para saborear um café na Casa dos Azulejos, e se encantar com o prédio do Palácio de Belas Artes, e caminhar pela área verde da Alameda Central, subir ao topo da Torre Latino-americana, visitar o encantador Palácio Postal e ir aos principais museus e casarões coloniais que estavam distribuídos pela região.
Cineteca Nacional - Av. México Coyoacán 389 esquina Royal Mayorazgo
Foi construída em um dos Fóruns de Estudos Churubusco, que na época contava apenas com duas salas de projeção abertas ao público e uma área para exposições periódicas, jornal-biblioteca especializada, livraria, restaurante e cofres de segurança para armazenamento de filmes, com temperatura e umidade controladas, além de oficina de manutenção e reparo de filmes. Em 1982 um incêndio destruiu as antigas instalações da Cineteca Nacional e em 1884 a Cineteca mudou-se para o local onde estava localizada atualmente, na antiga Plaza de los Composers, na Avenida México-Coyoacán 389. Em 2011, foi promovida a modernização e ampliação das instalações e espaços públicos, com a intenção de construir mais quatro salas com capacidade para 180 espectadores, um Fórum ao ar livre e a renovação completa de todo o mobiliário, bem como uns 700m² de área de abobada com capacidade para abrigar 50 mil filmes. O prédio impressionava por sua beleza e modernidade, além da frequência diária de um público jovdem e entusiasta pelas coisas de seu país.
Jardim Botânico de Chapultepec -
Tinha uma grande variedade de vegetação das terras altas mexicanas, organizadas em canteiros de flores ao redor das passarelas de tezontle, assim como uma estufa com plantas medicinais e ornamentais. O que tornava este lugar único era que tinha um jardim de orquídeas com mais de 200 tipos de espécies, exibidas em vitrais que nem sempre eram visíveis, pois as cobriam para evitar danos solares. Para melhor entendimento pelos visitantes, havia funcionários que respondiam às perguntas com gentileza e explicavam de onde as espécies procediam. Outra de suas vantagens era que, embora a entrada fosse pela Avenida Reforma, o ruído dos carros e da cidade era quase imperceptível. Se quiser visitar o Jardim das Orquídeas, teria que chegar cedo, pois fechava as 15.00h.
Jardim da Terceira Idade -
Poderia passar despercebido, talvez por causa de sua exclusividade: aqui só entrava quem tivesse mais de 65 anos. O segredo desse oásis de tranquilidade – que exisiae há mais de 30 anos – era que eles ofereciam mais de 30 atividades gratuitas, às pessoas da terceira idade. Entre elas se destacavam a pintura, piano, dança e até aulas de informática; embora eles também pudessem simplesmente jogar xadrez e conversar. Outra jóia no Jardim era o Pavilhão Coreano, uma réplica menor do pavilhão do Parque Tapgol, em Seul, na Coréia do Sul e que abria ao público de quartas a domingos.
Jardim Sensorial -
Este era um pequeno espaço dentro do Jardim Botânico de Chapultepec, onde se poderia colocar as mãos, cheirar e ouvir para explorar novas perspectivas. Através de um caminho longe do barulho, tinha que desligar os seus sentidos, exceto um, e experimentá-lo em quatro estações especializadas. Por exemplo, poderia ajustar o ouvido com os sons filtrados por um lago; aguçaria seu olfato ao sentir o cheiro de plantas aromáticas, enquanto caminhava sobre uma ponte de pedra e descobriria texturas em painéis com diferentes temperaturas. Aos sábados havia visitas guiadas, dentro do programa Green Saturdays.
Lagos Maior e Menor -
Eram dois lagos artificiais que durante décadas, tinha sido um dos ícones do bosque, seja para alimentar os patos, remar e até tomar banhos de sol. Podiam ser percorridos dos deques, onde alugavam caiaques, barcos a remo ou pedalinhos. O lago tinha aproximadamente 1 metro de profundidade.
Mercado de Artesanatos da Cidadela - Plaza de la Ciudadela – Cuauhtemoc -
Situado próximo do Centro Histórico, era uma das melhores opções para quem estava visitando o Zócalo e não tivesse tempo para ir muito distante. Esse mercado, um dos mais procurados pelos turistas, ficava apenas a 3km da Plaza de La Constitución. Era lugar para investir em um passeio tranquilo, até mesmo para ter tempo de negociar os preços com os vendedores. Lembre-se sempre de levar dinheiro em espécie, principalmente porque a maioria das bancas ainda não aceitavam cartão. Abria de Segunda a sábado, das 9.00 as 19.00h. e aos domingos, das 9.00 as 18.00h.
Mercado de Artesanatos de Coyoacán - Felipe Carrillo Puerto, 25 - Coyacan -
Era um dos melhores mercados de artesanato, localizado próximo ao Museu Frida Kahlo, oferecendo variedades de produtos típicos do México. O local era agradável, facilmente acessível, muito seguro e tinha excelentes preços! Com a grande variedade de bancas, ficava mais fácil até mesmo negociar entre os vendedores. E não esqueça o dinheiro em espécie, pois grande parte das barracas ainda não aceitava cartão de débito ou crédito. Abria de segunda a quinta, de 12.00 as 20.00h. e de Sexta a domingo, de 12.00 a 22.00h.
Torre Latino-americana - Eixo Central Lázaro Cárdenas, 2 - Centro
Inaugurada em 1956, após 7 anos de construção, a Torre Latinoamericana era o primeiro arranha-céu do México. Foi por muitos anos o prédio mais alto da América Latina, com seus 45 andares, 182 metros de altura e ainda hoje era um dos prédios mais altos da capital mexicana. O prédio estava localizado no coração da cidade, numa zona de transição entre o centro histórico e a parte mais moderna. Lá no alto, no 44° andar, ficava o mirante que oferecia vistas fantásticas de 360° da imensidão da capital mexicana. A Torre tinha mais de 60 anos de história e era sobrevivente de dois terremotos, quando a cidade foi praticamente destruída. O Museu do Bicentenário estava localizado no 36º andar e mostrava a história do prédio e sua relação com a cidade. Abrigava também documentos e objetos relacionados à Independência do México.
Museus e referências históricas
Relacionamos os que entendemos mais interessantes para o turista, dentre um universo com mais de 30 museus . Os museus relatavam a história da cidade e de todo o país, desde quando o território era dominado por povos aztecas, maias e outros, que viviam na região antes da chegada dos conquistadores espanhóis. Visitar os espaços dedicados a esses povos e à história do México, era como entrar em um túnel do tempo. As Pirâmides de Teotihuacan, a zona arqueológica do Museu do Tempo Maior e as relíquias do Museu Nacional de Antropologia, estavam entre as mais importantes e interessantes atrações da cidade. Eram lugares realmente imperdíveis! Para ver mais sobre a história do México após a tomada pelos espanhóis, visite o Museu Nacional de História, Museu Memória e Tolerância, Museu Nacional da Revolução e o Museu da Cidade do México.
Quem preferisse os espaços destinados à arte, não iria se decepcionar na capital azteca. Eram dezenas de opções que iam desde acervos populares e destinados às tradições mexicanas, até museus dedicados a grandes nomes do país e do mundo. Comece pelo belo Museu de Frida Kahlo, um dos mais procurados pelos visitantes e entre os mais fascinantes. Para não perder o rumo da história, visite também os museus dedicados ao marido de Frida, o artista Diego Rivera, um dos maiores nomes da arte do México. Havia peças dele espalhadas por toda a cidade, mas algumas das principais obras estavam no Palácio Nacional, no Museu do Palácio de Belas Artes, no Museu Dolores Olmedo, no Museu Diego Rivera Anahuacali e no Museu Casa de Estudo Diego Rivera e Frida Kahlo, além dos belos painéis instalados na Secretaria de Educação. No Museu de Arte Moderna, também estavam expostas importantes obras de artistas mexicanos, assim como no Museu Nacional de Arte. Ainda que os museus mencionados fossem dedicados principalmente a grandes artistas mexicanos, eles não eram os únicos. Outros ofereciam maravilhosos acervos, era o caso do Museu Soumaya, com uma excelente coleção de impressionistas e uma das maiores mostra de Rodin, em todo o mundo; o Tamayo e o Jumex, dedicados à arte contemporânea; o Museu de Arte Popular, para conhecer mais sobre a arte tradicional mexicana e todo o seu colorido; além do Museu Franz Mayer e o Museu Mexicano do Desenho, onde a especialidade eram peças de design e mobiliário.
Monumento a Revolução Mexicana – Plaza de la República s/n -
Construído em homenagem a um dos mais importantes eventos da história recente do México, era uma das icônicas construções da cidade. A estrutura de ferro, que antes serviria à construção do Palácio Legislativo, ganhou novas formas pelas mãos do arquiteto Carlos Obregón Santacilia e se transformou em símbolo nacional. O monumento, construído durante os anos 30, guardava os restos mortais de importantes personagens para a Revolução Mexicana, ocorrida no início do século XX. Estavam no Mausoléu os revolucionários Francisco I. Madero, Venustiano Carranza, Francisco Pancho Villa, Plutarco Elías Calles e Lázaro Cárdenas. A monumental construção, oferecia aos visitantes um pequeno museu, onde era contada a história da Revolução Mexicana, por meio de documentos, fotografias, obras de arte, mobiliários e vários objetos de época. Havia um tour pelo interior do monumento, onde era possível ver como foi construído e conhecer detalhes escondidos de sua construção, do subsolo ao topo. Ao final do passeio, um pequenino espaço dava detalhes sobre a obra e, para a surpresa dos visitantes, bonecos de cera dos revolucionários Pancho Villa e Emiliano Zapata, estavam disponíveis para fotos interativas. O visual no topo do monumento só podia ser observado por quem optasse pelo tour completo, mas o mirante mais baixo também tinha bela vista. Do alto, era possível ver de perto as grandiosas esculturas de Oliverio Martínez, que compunham os quatro pilares da obra.
Museu da Cidade do México – Calle José María Pino Suárez, 30 -
O antigo Palácio de los Condes de Santiago de Calimaya — construído no final do século XVIII, era um dos mais belos exemplares barrocos da cidade — abrigando, desde 1964, o Museu da Cidade de México. O espaço, com mais de vinte salas de exposição, servia a múltiplos usos e oferecia a moradores e visitantes uma boa e variada programação. O acervo permanente não era tão extenso, mas uma sala em especial, merecia o destaque. No museu, era possível visitar o estúdio e um dos mais emblemáticos painéis do artista mexicano Joaquín Clausell.
Museu Dolores Olmedo – Av. México, 5843 - Xochimilco –
Os coloridos e exuberantes pavões recepcionavam os visitantes ainda nos jardins. O amplo espaço do museu era um convite a horas agradáveis entre o verde e a arte do México. Era lugar para um passeio sem pressa e contemplativo, não só dentro das salas de exposição, mas também na ampla área verde. Na região, antigamente, existia a Hacienda La Noria. As construções datavam do final do século XVI. O acervo do museu era composto pela coleção particular de Dolores Olmedo, que garantiu a preservação de obras importantes de artistas como Diego Rivera, Frida Kahlo, Angelina Beloff e Pablo O’Higgins. Além das obras de arte, apresentava também relíquias arqueológicas e objetos da arte popular mexicana. Era um acervo rico, variado e surpreendente! Além das exposições permanentes, realizava mostras temporárias, espetáculos musicais, feiras e ainda oferecia um charmoso café para o lanche durante o passeio.
Museu dos Jogos Antigos - Calle Dr. Olvera, 15 – Cuauthemoc – Doctores –
Era um museu relativamente jovem, inaugurado em 2008, que abrigava uma coleção particular de milhares de brinquedos, espalhados por quatro níveis na área de Cuauhtémoc. A mais recente adição era uma sala de brinquedos feitos pelos mexicanos. Para alguma nostalgia de infância, encontraria no museu um achado raro. A biblioteca instalada no último andar apresentava os murais vibrantes.
Museu do Palácio de Bellas Artes
Construído para as celebrações do centenário da Independência do México, em 1934, era lugar para ser admirado tanto por fora — pela lindíssima fachada e jardins — quanto por dentro, onde as escadarias emolduravam os painéis que decoravam os corredores. Fundado em 1934 e anteriormente chamado de Palácio de Artes Plásticas — foi o primeiro espaço dedicado à arte no país. O Museu teve a mão genial de Federico Mariscal, que desenhou o interior do prédio, reproduzindo os traços das pirâmides e templos pré-hispânicos em traços art déco. Atualmente, contava com mostras temporárias, sem esquecer os grandiosos e originais painéis de Diego Rivera, José Clemente Orozco, David Alfaro Siqueiros, Rufino Tamayo, Jorge González Camarena, Manuel Rodríguez Lozano e Roberto Montenegro, que adornavam o interior do prédio.
As belíssimas pinturas, esculturas, gravuras, fotografias e outras expressões artísticas, ganhavam espaço nas salas de exposição, que já não contavam mais com o acervo original. No último andar, era possível visitar uma exposição sobre a história e arquitetura do palácio. O Palácio de Bellas Artes contava com variada agenda de espetáculos, onde aconteciam excelentes apresentações de orquestras, teatro, dança e outros. Para assistir a um evento tradicional, escolha a apresentação do Balé Folclórico do México, às quartas-feiras e domingos, sempre com lotação máxima e por isso era preciso adquirir o ingresso com antecedência.
Os ingressos
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Entrada para exposição permanente: MXN 80;
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Entrada para exposições temporárias: MXN 80;
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Autorização para fotografias: MXN 40;
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Gratuito aos domingos para todos os visitantes;
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Entrada gratuita, todos os dias, para estudantes e professores.
Artistas como Maria Izquierdo, Alfredo Ramos Martínez, Adolfo Best Maugard e José Chavez Morado falavam de um México que tentava sacudir a poeira do atraso, da opressão e da exclusão e que era mostrado com em tons inflamados, sem perder a ternura. Esse talento e essa gana da pintura mexicana já conquistavam nas dimensões restritas das telas. Mas se derramavam ainda mais arrebatadores, nos murais. O mural mais famoso Artes é O homem, controlador do Universo, pintado por Diego Rivera, em 1943, sob encomenda do Rockfeller Center, de Nova York. Abusado, Diego tascou uma imagem de Lenin no meio do desenho, o que resultou na sua sumária demissão — imaginem os magnatas Rockfeller bancando uma obra que retratava o líder de uma revolução socialista. Diego não perdeu a viagem e aproveitou grande parte dos esboços que fez em Nova York para concluir o mural que vemos hoje no Palácio Nacional de Belas Artes. Outras obras espetaculares podiam ser vistas: O Carnaval da vida mexicana (também de Diego), A Catarse (José Clemente Orozco), Nova Democracia, Vítimas do Fascismo e O Tormento de Cuauhtemoc (David Alfaros Siqueiros). Para ver um magnífico exemplo do muralismo mexicano, visite o Museu Mural Diego Rivera, dedicado a apenas uma obra do artista, o magistral Sonho de uma tarde dominical na Alameda Central.