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MILÃO  - A Galeria, o Duomo e o Teatro Scala -  Itália -  parte1/3 

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Atenção: Os fãs do famoso bastão de selfie podem desistir da ferramenta caso desejem fazer algumas fotos no centro de Milão. Recentemente, a cidade proibiu este hábito, bem como garrafas de vidro e food trucks. A medida será uma tentativa de evitar o lixo nas ruas e comportamentos antissociais por parte dos turistas.

A chegada 

Milão-Malpensa até ao centro

Esqueça o serviço de táxis. Eram muito caros e um traslado até a área central era cobrado 120 Euros. Restavam duas opções:

De ônibus

O chamado Malpensa Express  partia a cada meia hora, das 05.30 até as 23.30h e passava pelos Terminais 1 e 2, demorava cerca de 50 minutos e custava 13€ por pessoa. Havia um bilhete familiar que custava 33€, que incluía dois adultos e duas crianças. O bilhete era válido por um período de seis horas, e era preciso validar na máquina antes de entrar no trem. O Expresso fazia duas paradas na viagem: Estação Cadorna e Porta Garibald e depois na Estação Central. Ao lado do ponto de ônibus havia guichê para venda de bilhetes de viagem.

 

De trem

Partia do terminal 1 e chegava nas estações de M Cadorna (linha verde e vermelha); Garibaldi (linha verde), e Milano Centrale (linhas verde e amarela). O percurso até a Estação Cadorna durava em média 30 minutos, enquanto para chegar à Estação Milano Centrale o percurso dura cerca de 50 minutos. O trem custa em média 15 Euros por pessoa e o último trem para o centro saia às 23.20h.

 

Como se deslocar

Se ficar hospedado numa boa localização, conseguirá fazer muita coisa a pé, mas será inevitável que num ou noutro momento, tenha de usar as linhas de Metrô ou Tram, ao preço de 2,50€ por viagem  e válido durante 90 minutos. Se planeja fazer quatro ou mais viagens no dia, compensava comprar o bilhete diário, que custava 8€  e permitia viagens ilimitadas durante 24 horas. Nos transportes públicos as bagagens grandes (equivalente à bagagem de porão nos aviões) pagavam uma taxa de 2€, por volume e bagagens de grande volume não era permitido acessar ao Metrô e as bagagens de dimensões superiores estão proibidas de entrar no metro. O serviço do app Uber era pouco utilizado e era bem mais caro que o táxi que tinha seu próprio aplicativo.

As referências históricas e turísticas

Museus, igrejas, praças e agradáveis bairros residenciais eram alguns exemplos de atrações existentes em Milão, a charmosa capital da região da Lombardia. Na igreja Santa Maria delle Grazie, por exemplo, o visitante poderia ver de perto a obra A Última Ceia, do gênio italiano Leonardo da Vinci, além de outras obras pertencentes a grandes nomes da arte que estavam espalhadas por vários pontos da cidade. O que não faltava nesta atraente cidade eram Galerias de Arte, museus e referências históricas para serem visitadas e admiradas.

Armani Silos Via Bergognone, 40 –

Comemorando em 2022 o 40º aniversário do Empório Armani, Armani/Silos apresentava The Way We Are, uma exposição com Curadoria pessoal de Giorgio Armani, transformando o espírito unificador da marca em uma experiência única, relembrando mais de quatro décadas de uma marca inovadora e transversal, em uma forma não nostálgica. Concebida como uma aquisição de 360 ​​graus dos espaços, a exposição era uma mistura de roupas e acessórios de assinatura, com imagens e iconografia únicas desenvolvidas ao longo dos anos, bem como a história de Milão, vista através das páginas da revista Empório Armani. Os espaços da Armani/Silos estavam ocupados por fotografias gigantes, vídeos, roupas,  objetos, filmes, fotos e emoções que se materializavam em cada dependências do museu. 

A Vinha de Leonardo – Corso Magenta, 65 –

O mesmo vinhedo que Ludovico - Il Moro, Duque de Milão, dera de presente a Leonardo, em 1498, era um vinhedo cercado de lendas envolvendo Leonardo, suas obras e seus seguidores. Hoje a Vinha renascia dentro das fileiras originais e com a cepa original. Da Florença de Lorenzo de Medici, Leonardo mudara-se para Milão sob o governo de Ludovico Maria 'Il Moro' Sforza, em 1482. Em 1495, Ludovico incumbira Leonardo de pintar a Última Ceia, no refeitório de Santa Maria da Graça. Em 1498, Ludovico concedera a Leonardo a propriedade de um Vinhedo com 16 fileiras, plantado e cultivado no campo ao fundo do jardim da Casa Atellani, a última casa de 1490 de uma aldeia criada pelo Duque. Quando as tropas do Rei da França derrotaram e aprisionaram Il Moro, em 1500, Leonardo abandonava Milão mas nunca deixara de cuidar de sua Vinha. Quando os franceses confiscaram o Vineyard, Leonardo finalmente conseguira recuperá-lo e em seu leito de morte o mencionava, deixando parte dele para o Servo e outra parte para seu pupilo, Gian Giacomo Salaì Capri. Abria de terça a domingo, das 9.00 as 18.00h, e a última entrada era as 17.30h. 

Bairro Navigli

Era uma das regiões mais atraentes de toda a cidade, merecia que o inclua na lista de coisas a fazer em Milão. Era boêmio e vibrante, com canais e ruas estreitas que os acompanhavam ateliers e esplanadas especialmente agradáveis para uma circulada ao final da tarde. Era o canal mais antigo e tinha quase 50 km de extensão e fora utilizado para o transporte de produtos como vinho, carvão, madeira e o mármore para a construção da Catedral.

 

Basílica Sant’ Ambrogio - Piazza Sant'Ambrogio, 15. 

Uma visita à belíssima Basílica que homenageava Ambrogio, o Bispo preferido dos habitantes da cidade, era uma verdadeira viagem no tempo. Em sua fachada, destacavam-se dois belos e imponentes Campanários, e a área existente após o portão de entrada, chamada de  Atrio di Ansperto, era repleta de relíquias, algumas delas pertencentes à época romana. No interior da igreja, que começara a ser erguida em 1129, chamavam a atenção o Cibório, depositado no local no século V, e também o Altar de Ouro. Estava aberta para visitas de segunda-feira a sábado, das 9.00 as 12.00h e das 14.30 as 18.00h. Aos domingos, abria das 15.00 as 17.00h. Para chegar use o Metrô linha 2 (verde) - e desça na Estação San Ambrogio. 

Biblioteca e Pinacoteca Ambrosiana -  Piazza Pio XI, 2 -

Fundada pelo Cardeal Federico Borromeo, em 1609, fora uma das primeiras bibliotecas públicas da história - abrigava um acervo artístico de grande valor, tornando-se um local imperdível para os apaixonados pela arte. A coleção privada do religioso era composta por trabalhos de artistas de renome, como Caravaggio, Leonardo da Vinci e Botticelli, entre outros. ​Entre os 30 mil manuscritos do acervo, que variam de grego e latim ao hebraico, siríaco, árabe, etíope, turco e persa, o destaque era o fragmento muratoriano, de cerca de 170 d.C., o primeiro exemplo de um Cânone Bíblico, e uma cópia original (ilustrada por Leonardo da Vinci), da De Divina Proporcione, do matemático e pai da contabilidade moderna Luca Pacioli. O visitante poderia ver de perto a exposição de trabalhos originais de Leonardo da Vinci, intitulada Codex Atlanticus. Abria de terça-feira a domingo, das 10.00 as 18.00h. A entrada custava € 10.00. Como chegar: Metrô linha 1 (rosso), Estação Dante Cordusio; os ônibus 50 e 58; ou pelos bondes elétricos nº 1, 2, 3, 4 ou 12. 

Casa de Alessandro Manzoni Via Gerolamo Morane, 1 – Centro Histórico

Adquirida por Manzoni em outubro de 1813, tinha a fachada neo-renascentista de tijolos aparentes, inspirada na arquitetura renascentista lombarda, e fora projetada pelo arquiteto Andrea Boni, entre os anos de 1962 e 1963. Abrigava o Centro Nacional de Estudo Manzoni que oferecia aos bolsistas o uso de uma biblioteca contendo mais de 300.000 volumes. Entre seus recursos de maior prestígio estavam os livros que pertenceram ao próprio Manzoni e seu enteado Stefano Stampa, as doações de Treccani e Viganò, e as traduções – a mais antiga datando de 1827 e 1828 – em albanês, árabe, armênio, catalão, tcheco, croata, dinamarquês , hebraico, esperanto, estoniano, finlandês, francês, japonês, grego, inglês, latim, letão, holandês, polonês, português, romeno, russo, sérvio, eslovaco, espanhol, sueco, alemão, turco, húngaro e, mais recentemente em mandarim.

Casa de Omenoni Via de Omenoni, 3 -

O termo omenoni significava grandes homens. Oito estátuas  omenoni caracterizavam a fachada sóbria dessa elegante residência típica do final do século XVI, que pertencera a Leone Leoni, escultor de Carlos V. Sua construção devia-se ao escultor e cinzelador de Arezzo, Leone Leoni, escultor Imperial a serviço de Carlos V, de Habsburgo e Filipe II, de Espanha. O artista nomeado escultor da Casa da Moeda de Milão, em 1542, comprara a propriedade em 1549, e em 1565 iniciara sua reforma, tornando-a sua residência e do filho Pompeo Leoni, também escultor. Ambos eram colecionadores famosos e negociantes de arte. Abrigava uma coleção famosa e eclética de arte antiga e obras dos principais artistas da época, incluindo obras de Tiziano e Correggio, a coleção de desenhos de Leonardo da Vinci, herdada de seu aluno Francesco Melzi, moldes de gesso de estátuas clássicas incluindo a estátua eqüestre de Marco Aurélio do Campidoglio. Da coleção, posteriormente dispersa, algumas obras se fundiram com a Ambrosiana, incluindo o Codex Atlanticus, de Leonardo da Vinci.

 

Casa Fontana Silvestri Corso Venezia, 10 -

De propriedade da família Fontana, era um dos poucos exemplares milaneses de palácios renascentistas ainda em condições de visitação. Fora construída no século XII, mas a sua aparência atual remontava ao final do século XIV. Também era chamada de Ca' del Guardian, porque em 1476 Ângelo Fontana,  vivia aqui como guardião da adjacente Porta Oriental. O ápice do estilo renascentista estava na decoração da fachada com afrescos, hoje praticamente apagados, que escondiam algumas assimetrias e deixavam o prédio mais suntuoso.

Casa  Milan F.C. – Via Aldo Rossi,  8 –

Desde maio de 2014, o Clube Rossonero contava com uma nova sede moderna e funcional: a Casa Milan, que recebia não só os funcionários da empresa, mas também os torcedores e aqueles que desejavam conhecer a história e os valores do clube. Um lugar capaz de satisfazer as novas necessidades de crescimento comercial, entretenimento e desenvolvimento social e esportivo.

 

Casa Museu do Bosque de Stefano – Via Giorgi Jan, 15 –

Estava aberta ao público desde fevereiro de 2003, com salas antigamente habitadas pelo casal Antonio Boschi e Marieda Di Stefano,  estavam expostas cerca de trezentas peças selecionadas de todo o acervo, doadas à Prefeitura de Milão, em 1974. A coleção com cerca de duas mil obras, entre pinturas, esculturas e desenhos, era um testemunho extraordinário da história da arte italiana do século XX, desde a primeira década até o final dos anos sessenta e incluia artistas como Lucio Fontana, Giorgio Morandi, Mario Sironi, Giorgio de Chirico, Piero Manzoni, Arturo Martini, Emilio Vedova, Piero Marussig, Umberto Boccioni, Filippo de Pisis entre outros.

Castello Sforzesco - Piazza Castello, 3.

Era uma imponente Fortaleza erguida na Piazza Castello, um dos pontos imperdíveis de ser visitado. Construída a mando de Galeazzo II Visconti, no ano de 1368, o local tivera vários donos e também passou por diversas transformações estruturais ao longo dos anos. No período em que pertencera à família Sforza, o castelo vivera sua melhor fase, quando gênios como Leonardo da Vinci e Bramante, imprimiram suas marcas nesse que era considerado um dos símbolos da cidade. ​Em seu interior o visitante encontraria um verdadeiro templo dedicado à arte e à cultura. 

 

Diversos museus (eram mais de 10 espaços) abrigavam obras-primas como a Pietà Rondanini - a última escultura de Michelangelo (Museu de Arte Antiga); pinturas de Tintoretto, Mantegna, Tiziano (Pinacoteca), entre outras relíquias. Poderia admirar a espaçosa Praça das Armas, acessada a partir da Torre de Filarete, e de onde se poderia chegar até a Biblioteca Trivulziana, que preservava manuscritos importantes, tais como a famoso Código de Leonardo Da Vinci. Abria diariamente das 7.00 as 18.00h e no verão fechava as 19.00h e a entrada era gratuita; os museus abrem de terça a domingo, das 9.00 as 17.30h, e os ingressos custavam € 5.00 (inteira) e € 2.50 (meia-entrada). Como chegar:  Metrô - linhas 1 (vermelha) e 2 (verde), Estação Cadorna; ônibus 18,50,37,58,61,94.

​​Catedral - Domo e Piazza -

Instalado no centro da capital da região da Lombardia, estava um dos templos religiosos mais belos e imponentes do mundo: a Catedral de Milão, considerada a terceira maior do mundo (perdia apenas para a Basílica de São Pedro, no Vaticano, e a Catedral de Sevilha, na Espanha), realmente impressionava à primeira vista, com seus 157m de comprimento, 92m de largura (transepto) e 108m de altura no ponto mais alto, onde estava a estátua de Nossa Senhora. ​O templo, que começara a ser erguido em 1386 e 1965, tinha um total de 3,4 mil estátuas em sua área externa. Assim como a fachada, seu interior em estilo gótico também era impressionante. Eram inúmeros os  pilares, vitrais e uma nave central lindíssima.

​Todos os detalhes de sua história poderiam ser vistos no Museu do Duomo, que ficava no Palácio Real, ao lado direito da Piazza del Duomo. A entrada na Catedral era franca e a visitação acontecia diariamente, das 7.00 às 19.00h e a última entrada era  às 18h45h. Possuia mais estátuas em estilo gótico, do qualquer outra igreja no mundo: eram cerca de 3.400 estátuas, 135 gárgulas e mais 700 outras figuras variadas decorando. Uma das principais atrações era a visita aos telhados, de onde era  possível ver de perto os detalhes arquitetônicos de seus pináculos e ter uma linda vista da Praça do Duomo. O acesso podia ser feito diariamente das 8.00 as 19.00h e o acesso aos telhados era das 9.00 as 19.00h. A bilheteria encerrava as 18.00h. O visitante poderia subir ao topo da Catedral, pelas escadas  pagando € 10 ou pelo elevador pagando € 15 e desfrutar de uma das vistas mais belas da cidade.

​Cenáculo Vinciano  - Igreja Santa Maria da Graça -  Piazza Santa Maria delle Grazie, 2. 

Para visitar, adquira ingressos com pelo menos um mês de antecedência ou correrá o risco de não conhecer de perto uma das obras-primas mais importantes do mundo: A Última Ceia (Cenáculo), a extraordinária obra de Leonardo da Vinci, que retratava os últimos momentos de Jesus com os 12 apóstolos. ​O local onde o Cenáculo se encontrava - o refeitório do Convento dos Dominicanos, anexo à igreja Santa Maria delle Grazie -, não comportava um grande número de pessoas e por isso os ingressos se esgotavam rápido. O local, considerado um dos mais belos de Milão, era de autoria de Guiniforte Solare e Bramante. O museu abria de terça a domingo, das 8.15 as 19.00h. Não era permitido fotografias! Como chegar: Use o bonde elétrico nº 18 (desça na Corso Magenta) ou Metrô (estações Conciliazione ou Cadorna).

​Codex Atlanticus: Leonardo da Vinci - Piazza Santa Maria delle Grazie, 2 - 

A exposição Codex Atlanticus, assim intitulada devido ao formato do material (típico de um atlas geográfico), poderia ser vista em dois lugares distintos: a Sacristia de Bramante, na Igreja Santa Maria da Graça (local onde estava A Última Ceia, e na Biblioteca Ambrosiana, que ficava na Piazza Pio XI​Era a maior coleção do mundo, de desenhos e escritos de Leonardo da Vinci, e vinha sendo preservada desde 1637, na Biblioteca Ambrosiana, uma das primeiras bibliotecas do mundo a ser aberta ao público. A coleção consistia em 1.119 páginas que retratavam a vida intelectual de Leonardo, por um período de mais de quarenta anos, variando entre os mais diversos assuntos: a partir de esboços e desenhos preparatórios para pinturas, pesquisas matemática, astronomia e ótica, de devaneio filosófico às fábulas e receitas, até projetos curiosos e invenções futuristas, tais como bombas hidráulicas, paraquedas e máquinas de guerra.

​Permanecia aberta de terça a domingo, das 10.00 as 18.00h e o ingresso custava € 16; na Sacristia del Bramante, a Codex Atlanticus poderia ser vista às segundas-feiras das 9.30 as 13.00h e das 14.00 as 18.00h. De terça a domingo abria das 8.30 as 19.00h e os ingressos custavam € 10. Era possível adquirir ingressos combinados, com A Última Ceia. Como chegar: Use o bonde elétrico número 18 (descer na Corso Magenta) ou Metrô ( Estações Conciliazione ou Cadorna). 

Fabrica do Vapor -  Via Procaccini, 4 -

A antiga fábrica de bondes e locomotivas fora transformada num laboratório de idéias e experiências criativas, objetivando motivar os jovens e proporcionar a oportunidade de desenvolver o talento e a criatividade. Mostras, eventos e iniciativas culturais ocorriam na Fabbrica del Vapore ao longo do ano.

Floresta Tropical

Era um Complexo formado dois enormes prédios residenciais, projetado pelo arquiteto italiano Stefano Boeiri, localizado no bairro Porta Nuova, próximo da Porta Garibaldi. Para quem gosta de arquitetura, era um prédio que merecia ser apreciado.

 

Fundação PradaLargo Isarco, 2 –

Instalada num espaço de 19.000 m² onde no século passado funcionava uma Distilaria, o projeto do arquiteto holandês Rem Khoolas, que também projetara algumas lojas Prada pelo mundo e cuidava da cenografia de alguns desfiles, aproveitava os espaços de diferentes tamanhos e altura do Complexo para compor um conjunto dinâmico e ao mesmo tempo harmonioso.  A história começava em Milão, no início do século XX, quando a marca era dirigida pela neta da fundadora Miuccia Prada. A marca decolara em 1979 e se transformara em uma grande empresa, de simples loja de couro em Milão. Desde 1995, ano do seu início, a Fundação trabalhava com diversas disciplinas e produtos culturais: arte, ciência, literatura, cinema, música e filosofia.

Galeria Civica d'Arte ModernaVia Palestra, 16 – Villa Realle –

Conhecida também como GAM, abrigava uma coleção imperdível de obras de arte dos séculos XIX e XX, obras de artistas como Paul Cézanne, Giovanni Fattori, Vincent van Gogh, Giovanni Segantini, Edouard Manet, Giacomo Balla, Paul Gauguin, Pablo Picasso, Amedeo Modigliani e Umberto Boccioni. O prazer da visita era duplo: de um lado admirava-se a arquitetura externa da Villa Reale e o seu belo jardim, do outro, a decoração interna e centenas de pinturas e esculturas de uma das mais completas coleções italianas dedicadas à arte do século XIX. O percurso expositivo começava com Neoclassicismo, passava pelo Romantismo, pelo Realismo e pela Scapigliatura, e terminava com o Divisionismo. Entre as obras de pintura e escultura do Novecento, destacavam-se artistas italianos como Modigliani, Gino Rossi, Pio Semeghini, Filippo De Pisis, Arturo Tosi, Carlo Carrà, Giorgio Morandi, Mario Sironi e estrangeiros como Picasso, Matisse, Renoir, Vuillard, Rouault e Dufy.

 

Galeria Italia Piazza da Scala, 6 -

Os palácios Anguissola e Brentani abrigavam quase 200 obras, provenientes das coleções da Fondazione Cariplo e da Intesa Sanpaolo, em um percurso expositivo intitulado Da Canova a Boccioni. A Galeria eras voltada às produções artísticas italianas dos séculos XIX e XX. Os destaques ficavam por conta das obras de Antonio Canova, Umberto Boccioni, Francesco Hayez, Gerolamo Induno, Lucio Fontana, Fausto Melotti e Bruno Munari.

​Galeria Vittorio Emanuele II-

Construída em 1865 em forma de uma cruz, era uma passarela coberta que ligava Praça do Duomo à Praça alla Scala. A imponência do prédio - inaugurado pelo próprio homenageado, o Rei Vittorio Emanuele - ficava evidente já na entrada, através de um majestoso Arco do Triunfo. ​Cerca de 200 metros conduziam o visitante, do início da Galeria até a Piazza della Scala, do outro lado. Em seu interior dava para ver a imensidão de detalhes como o octógono central, onde havia uma abóbada de 47 metros de altura. No interior, o visitante  encontraria algumas lojas de luxo, restaurantes e refinadas Cafeterias. Era precisamente no início da Galleria  que ficava um museu inteiramente dedicado ao mestre Leonardo da Vinci.

Hangar Bicocca Via Chiese, 2 -

Era um espaço dedicado à produção, exposição e promoção da arte contemporânea. Dispunha de um calendário repleto de eventos gratuitos: HB Kids, que compreendia percurso criativo, filme e atividades para as crianças; HB Public, que propunha exibição de filmes, visitas guiadas, encontros com diretores e artistas e passeios de bicicleta para explorar a região; HB School, com atividades didáticas disponíveis para todas as escolas.

Igreja Santa Maria das  Graças – Piazza Santa Maria de La Grazie, 3 -

Era uma igreja e Convento Dominicano, incluída na lista de Patrimônio Mundial pela UNESCO. Era citada por albergar o fresco A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, pintada na parede do refeitório do Convento. Era uma imagem sobejamente conhecida e emblemática, pelo que vê-la ao vivo era emocionante.  Para adquirir o ingresso para ver A Última Ceia,  no site oficial ou um dos diversos sites de venda de ingressos, tendo em atenção que os bilhetes para os três meses seguintes eram colocados à venda todos ao mesmo tempo. O dia e horário era anunciado com antecedência no site. Por exemplo, os ingressos para os meses de maio, junho e julho de 2024 foram colocados à venda ao meio-dia do dia 10 de março. Era preciso estar atento. Caso não consiga vaga (é muito difícil), resta integrar uma excursão guiada para visitar esta Igreja. Os grupos para visita eram de 25 pessoas e a permanência de apenas 15 minutos. Abria para visitas de terça a sábado das 9.00 às 19.00h e no domingo das 9.00 às 13.45h.

​​​Igreja de São Maurizio - Corso Magenta, 15 -

Conhecida como Capela Cistina de Milão, esta igreja renascentista datada de 1503, exibia um grande número de afrescos coloridos e belíssimos, de Bernardino Luini e era um dos templos religiosos mais bonitos da cidade. O interior era impressionante: belíssimos afrescos do século XVI nas paredes, pinturas, além de vários detalhes em ouro. O Coro dos Monges Beneditinos e o órgão, datado de 1554, também eram destaques. ​Um Mosteiro Beneditino, construído anexo à igreja, fora demolido anos mais tarde, porém os claustros ainda estavam conservados e em um deles estava instalado um Museu de Arqueologia. Estava aberta para visitação de terça-feira a sábado, das 9.30 as 17.30h. A entrada era gratuita.

 

Quadrilátero da Moda  -

Era um espaço delimitado pelas Vias Alessandro Manzoni, Corso Venezia, della Spiga, e Monte Napoleone onde ficavam as ais importantee boutiques e lojas de moda internacional como Dolce & Gabbana, Gucci, Prada e Versace.  Havia um tour dedicado a compras que levava os turistas até o Serravalle Designer Outlet, o maior outlet da Europa, com suas 240 lojas.

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La Rinascente

Situada ao lado do Duomo, era a loja de departamentos milanesa onde reunia grandes marcas nos espaços dos sete andares. No subsolo ficava o Design Market, com acessórios de design para casa, livros e papelaria. O último andar era reservado ao Restaurant & Food Market, que permanecia aberto até às 24hs e era uma excelente proposta para um agradável jantar. Inaugurada em dezembro de 1918, pouco tempo depois foi destruída por um grande incêndio e logo reconstruída reabrindo em março de 1921. Ao todo a marca tinha oito pontos comerciais espalhados pelo país.

Leonardo3 - O Mundo de Leonardo -  Piazza da Scala e entrada pela Galeria Victorio Emanuelle II –

Era uma exposição imperdível que permitia descobrir o verdadeiro Leonardo da Vinci como artista e inventor, graças a reconstruções inéditas de suas máquinas e restaurações de suas pinturas em estréia mundial. Desde o submarino mecânico, à máquina do tempo, à libélula mecânica e à máquina voadora de Milão juntavam-se a restauração digital da Última Ceia e a reconstrução do monumento Sforza. Estas eram apenas algumas das muitas novidades de uma exposição inovadora não só em termos de conteúdo, mas também em termos de utilização. As experiências multimídia permitiam que o público interagisse com as máquinas, obras de arte e códigos de Leonardo. Mais de 200 reconstruções 3D interativas tornavam a exposição acessível a um público de todas as idades.

Memorial da Shoah de Milão – Piazza Edmond Jacob Safra, 1 – Via Ferranti Aporti, 3 –

Os turistas e italianos que embarcavam e desembarcavam com pressa na  Central de Milão, geralmente não reparavam na beleza da construção da Estação de trens mais bonita da Itália. Inaugurada em 1931, fora projetada pelo arquiteto Ulisse Stacchini   era um dos monumentos da arquitetura fascista de Milão, com elementos de decoração art decô, como os belíssimos lustres e luminárias. Ela fora palco de um dos episódios mais triste da história recente: O subterrâneo da plataforma 21 era usado desde o início da inauguração da Estação pelos Correios, para carregar as correspondências e encomendas nos trens, sem atrapalhar os passageiros que embarcavam no andar de cima.

Os vagões eram carregados com a mercadoria e depois de cheios, um sistema de elevador subia o vagão para o nível das plataformas de embarque e desembarque. A partir de dezembro de 1943, esse mecanismo começou a ser utilizado para carregar, sem que ninguém visse, os hebreus e opositores do governo fascista e deportá-los para os campos de trabalho forçado e extermínio da Itália (Fossoli e Bolzano) e na Polônia, Austria e Alemanha (Auschwitz, Bergen-Belsen, Mauthausen). Os vagões que compunham os trens eram feitos de madeira, sem janela e iluminação e eram os mesmo utilizados para o transporte de animais. As viagens duravam cerca de uma semana com uma única parada para comer, geralmente em Bolzano. A plataforma escondida fora usada até janeiro de 1945 e dali partiram 23 trens levando milhares de deportados para a morte. O comboio número 6, por exemplo, levara no dia 30 de janeiro de 1944  cerca de 600 hebreus para o campo de Auschwitz, dos quais somente 22 sobreviveram.

A idéia do projeto para a realização do Memorial da Shoah nascera em 2002, envolvendo associações, centro de documentação e as comunidades hebraicas italianas. Mas fora em 2010 que começara a reestruturação do espaço embaixo da Plataforma 21, e dois anos depois, no dia 27 de janeiro 2013 o Memorial da Shoah de Milão era inaugurado, com 7.000 mt2 e logo na entrada um enorme muro com a palavra INDIFERENÇA recebe os visitantes. Segundo uma das sobreviventes milanesas, foi o sentimento que contribuiu para que a tragédia continuasse acontecendo. Na plataforma do Memorial, um trem de animais com os vagões de madeira e sem janelas ficam expostos e a guia convida os visitantes a entrar e imaginar uma viagem de cerca de sete dias, em pé, sem luz, comida e aquecimento em direção a morte.

 

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